Informações
Com vastas extensões semi áridas, sua área original era
de 1 milhão de Km². A área remanescente deste bioma é inferior
a 50% da área original e menos de 1% está representada em
unidades de conservação. As principais atividades responsáveis
por esta perda são a pecuária extensiva, a agroindústria, a
extração de madeiras e a agricultura de subsistência.
A caça de subsistência também é relevante especialmente nos
períodos de seca quando cai a disponibilidade de alimentos.
(I Relatório para a Convenção sobre Diversidade
Biológica do Brasil - 1998).
O bioma Caatinga é o principal ecossistema existente na Região Nordeste, estendendo-se pelo domínio de climas semi-áridos, numa área de 73.683.649 ha, 6,83% do território nacional; ocupa os estados da BA, CE, PI, PE, RN, PB, SE, AL, MA e MG. O termo Caatinga é originário do tupi-guarani e significa mata branca. É um bioma único pois, apesar de estar localizado em área de clima semi-árido, apresenta grande variedade de paisagens, relativa riqueza biológica e endemismo. A ocorrência de secas estacionais e periódicas estabelece regimes intermitentes aos rios e deixa a vegetação sem folhas. A folhagem das plantas volta a brotar e fica verde nos curtos períodos de chuvas.
A Caatinga é dominada por tipos de vegetação com características xerofíticas
"formações vegetais secas, que compõem uma paisagem cálida e espinhosa"
com estratos compostos por gramíneas, arbustos e árvores de porte baixo ou médio
(3 a 7 metros de altura), caducifólias (folhas que caem), com grande quantidade
de plantas espinhosas (exemplo: leguminosas), entremeadas de outras espécies como
as cactáceas e as bromeliáceas.
Levantamentos sobre a fauna do domínio da Caatinga revelam a existência de
40 espécies de lagartos, sete espécies de anfibenídeos (espécies de lagartos sem
pés), 45 espécies de serpentes, quatro de quelônios, uma de Crocodylia,
44 anfíbios anuros e uma de Gymnophiona.
A Caatinga tem sido ocupada desde os tempos do Brasil-Colônia com o regime de
sesmarias e sistema de capitanias hereditárias, por meio de doações de terras,
criando-se condições para a concentração fundiária. De acordo com o IBGE,
27 milhões de pessoas vivem atualmente no polígono das secas. A extração de
madeira, a monocultura da cana-de-açúcar e a pecuária nas grandes propriedades
(latifúndios) deram origem à exploração econômica. Na região da Caatinga, ainda é
praticada a agricultura de sequeiro.
Os ecossistemas do bioma Caatinga encontram-se bastante alterados, com a
substituição de espécies vegetais nativas por cultivos e pastagens.
O desmatamento e as queimadas são ainda práticas comuns no preparo da terra
para a agropecuária que, além de destruir a cobertura vegetal, prejudica a
manutenção de populações da fauna silvestre, a qualidade da água, e o equilíbrio
do clima e do solo. Aproximadamente 80% dos ecossistemas originais já foram
antropizados.
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