Informações
Ocupam cerca de 3,5 milhões de Km² sob jurisdição brasileira;
composto por águas frias na costa sul e sudeste e águas quentes
nas costas leste, nordeste e norte, dando suporte a uma grande variedade
de ecossistemas que incluem recifes de corais, dunas, áreas úmidas;
lagoas e estuários. As principais ameaças estão na
especulação imobiliária, sobrepesca (industrial e artesanal);
na poluição dos estuários e no turismo desordenado. (I
Relatório para a Convenção sobre Diversidade Biológica
do Brasil - 1998)
A costa brasileira abriga um mosaico de ecossistemas de alta relevância ambiental.
Ao longo do litoral brasileiro podem ser encontrados manguezais, restingas, dunas,
praias, ilhas, costões rochosos, baías, brejos, falésias, estuários, recifes de
corais e outros ambientes importantes do ponto de vista ecológico, todos
apresentando diferentes espécies animais e vegetais e outros. Isso se deve,
basicamente, às diferenças climáticas e geológicas da costa brasileira. Além do
mais, é na zona costeira que se localizam as maiores presenças residuais de
Mata Atlântica. Ali a vegetação possui uma biodiversidade superior no que diz
respeito à variedade de espécies vegetais. Também os manguezais, de expressiva
ocorrência na zona costeira, cumprem funções essenciais na reprodução biótica da
vida marinha. Enfim, os espaços litorâneos possuem riquezas significativas de
recursos naturais e ambientais, mas a intensidade de um processo de ocupação
desordenado vem colocando em risco todos os ecossistemas presentes na costa
litorânea do Brasil.
O litoral amazônico vai da foz do rio Oiapoque ao delta do rio Parnaíba.
Apresenta grande extensão de manguezais exuberantes, assim como matas de várzeas
de marés, campos de dunas e praias. Apresenta uma rica biodiversidade em espécies
de crustáceos, peixes e aves.
O litoral nordestino começa na foz do rio Parnaíba e vai até o Recôncavo Baiano.
É marcado por recifes calcíferos e areníticos, além de dunas que, quando perdem a
cobertura vegetal que as fixam, movem-se com a ação do vento. Há ainda nessa área
manguezais, restingas e matas. Nas águas do litoral nordestino vivem o peixe-boi
marinho e as tartarugas, ambos ameaçados de extinção.
O litoral sudeste segue do Recôncavo Baiano até São Paulo. É a área mais
densamente povoada e industrializada do país. Suas áreas características são as
falésias, os recifes e as praias de areias monazíticas
(mineral de cor marrom-escura). É dominada pela Serra do Mar e tem a costa muito
recortada, com várias baías e pequenas enseadas. O ecossistema mais importante
dessa área é a mata de restinga. Essa parte do litoral é habitada pela
preguiça-de-coleira e pelo mico-leão-dourado (espécies ameaçadas de extinção).
O litoral sul começa no Paraná e termina no Arroio Chuí, no Rio Grande do Sul.
Com muitos banhados e manguezais, o ecossistema da região é riquíssimo em aves,
mas há também outras espécies: ratão-do-banhado, lontras
(também ameaçados de extinção), capivaras.
A densidade demográfica média da zona costeira brasileira fica em torno de
87 hab./km2, cinco vezes superior à média nacional que é de 17 hab./km2. Pela
densidade demográfica nota-se que a formação territorial foi estruturada a partir
da costa, tendo o litoral como centro difusor de frentes povoadoras, ainda em
movimento na atualidade. Hoje, metade da população brasileira reside numa faixa
de até duzentos quilômetros do mar, o que equivale a um efetivo de mais de
70 milhões de habitantes, cuja forma de vida impacta diretamente os ecossistemas
litorâneos. Dada a magnitude das carências de serviços urbanos básicos, tais
áreas vão constituir-se nos principais espaços críticos para o planejamento
ambiental da zona costeira do Brasil. Não há dúvida em defini-las como as maiores
fontes de contaminação do meio marinho no território brasileiro. Além do mais, as
grandes cidades litorâneas abrigam um grande número de complexos industriais dos
setores de maior impacto sobre o meio ambiente (química, petroquímica, celulose).
Enfim, observa-se que a zona costeira apresenta situações que necessitam tanto de
ações preventivas como corretivas para o seu planejamento e gestão, a fim de
atingir padrões de sustentabilidade para estes ecossistemas.
Por esses motivos, o Ministério do Meio Ambiente, em cooperação com o Conselho
Interministerial do Mar, os Governos Estaduais, o IBAMA e outras instituições
tentam ordenar e proteger os ecossistemas com a implementação do Plano Nacional
de Gerenciamento Costeiro (PNGC). O IBAMA desenvolve projetos e ações continuadas
de gerenciamento dos ecossistemas costeiros.
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